Um projeto de Distribuição de Gás Combustível consiste no conjunto de medidas que se completam, visando promover soluções para um suprimento seguro de gás combustível, que vai desde o ponto de armazenamento ao ponto de consumo, na vazão e pressão requeridas para o correto funcionamento dos equipamentos e dispositivos que são utilizados para promover conforto e bem estar aos seus usuários.
Os gases combustíveis utilizados em instalações são o GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), popularmente conhecido como gás de cozinha e o GN (Gás Natural), também conhecido como gás de rua ou gás encanado.
O GLP é o tipo mais tradicional adotado, pois no passado somente este modelo era disponibilizado para consumo. Por esta razão, em alguns casos, ainda é necessário que ocorra adaptações em eletrodomésticos quando o gás combustível for o GN.
São dois gases completamente diferentes em inúmeros aspectos, como composição química, poder calórico, obtenção, distribuição, entre outros. A diferença mais óbvia entre eles é a de que o GN é encanado e o GLP engarrafado em vasilhames, (ou também podem ser comercializados a granel).
O poder calorífico do GLP é 27,6% superior em relação ao GN. Por exemplo, para aquecer um determinado produto, faz-se necessário menor quantidade de GLP em comparação com o GN, o que lhe garante economia no consumo do produto e, no final, reduz a conta.
O GLP é mais "pesado" (denso) em relação ao ar e tende a se acumular em caso de vazamentos, ao passo que o GN se dissipa com mais facilidade por ser menos denso do que o ar.
Além disso, empreendimentos abastecidos com GN economizam espaço já que não são necessários centrais de gás ou botijões.
O GLP é composto de uma mistura de gases hidrocarbonetos, como Propano (C3H8), Propeno (C3H6), Butano (C4H10) e Buteno (C4H8), além de pequenas frações de outros hidrocarbonetos.
Por sua vez o GN é formado por uma cadeia de hidrocarbonetos, compostos químicos constituídos basicamente por átomos de carbono e hidrogênio. O componente principal do gás natural é o metano (CH4). No restante de sua composição há pequenas parcelas de etano, propano e outros hidrocarbonetos de maior peso molecular.
Devido a composição química dos dois tipos de gases, o GN é um combustível menos poluente que o GLP.
O GLP é o resultado de um processo de liquefação que ocorre em uma refinaria de petróleo, (no processo de destilação fracionada do petróleo) de onde são extraídos dois hidrocarbonetos leves (propano e o butano) que passam por processo de compressão e têm sua transformação de gás em líquido. É uma mistura de gases condensáveis (que podem passar ao estado líquido) e que estão presentes em pequenas quantidades no GN ou dissolvidos no petróleo (sendo este último a sua principal fonte de obtenção).
A fonte de obtenção do GN é através de jazidas, sendo um combustível fóssil, pois ele é o resultado da degradação ao longo de milhares de anos de matéria orgânica, como restos de animais, flores, plantas e outros. Portanto, é muitas vezes encontrado em reservas associado com o petróleo.
A distribuição de gás (GLP ou GN) é uma atividade regulamentada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e compreende a aquisição, armazenamento, envasamento, transporte, comercialização, controle de qualidade e assistência técnica ao consumidor.
A cadeia de distribuição do GLP tem início nas distribuidoras (mais de 190 bases localizadas em 24 estados e no Distrito Federal), que recebem o produto das refinarias e são responsáveis em destinar até o consumidor. Nesta modalidade, a distribuição é feita de duas formas:
O GN chega a consumidor por meio de redes de tubulações subterrâneas modernas, projetadas para sua distribuição contínua e segura, com materiais rigorosamente inspecionados e segundo normas técnicas nacionais e internacionais.
Gás liquefeito de petróleo (GLP)
A norma NBR15526 estabelece os requisitos mínimos exigíveis para o projeto e a execução de redes de distribuição interna para gases combustíveis em instalações residenciais que não excedam a pressão de operação de 150kPa (1,53kgf/cm²).
A norma NBR15526 não se aplica a instalações constituídas de um só aparelho a gás ligado a um único recipiente com capacidade volumétrica inferior a 32L (0,032 m³) e/ou instalações consideradas como não residenciais, que deverão seguir a norma NBR 15358.
Em conjunto com a norma NBR15526, deve-se somar as normas NBR 12712 e NBR 14461, quando o suprimento de gás for através de canalização de rua (GN), ou a NBR 13523 quando o suprimento de gás se der por uma central de gás (GLP), sendo o gás conduzido até os pontos de utilização através de um sistema de tubulações.
Além das normas acima citadas, referente à dimensionamento da rede de tubulação, outra norma importante é a NBR13103, a qual trás especificações sobre os aparelhos a serem empregados, bem como a questão da ventilação de ambientes que proporcionem a correta exaustão dos gases oriundos da queima do gás combustível.
As normas citadas aplicam-se aos seguintes gases combustíveis: gás natural (GN), gases liquefeitos de petróleo (GLP, propano, butano) em fase vapor e mistura ar-GLP.
A correta execução de uma instalação de gás combustível está diretamente relaciona com a elaboração de um projeto prévio bem elaborado, que esteja de acordo com as normas técnicas e resoluções vigentes.
O inicio do projeto se dá pela identificação do tipo de gás que será utilizado. A consulta à concessionária irá dizer se há disponibilidade de gás natural (GN) no local do empreendimento ou se será utilizado gás liquefeito de petróleo (GLP).
O próximo passo envolve a análise do projeto de arquitetura e informações sobre a previsão de aparelhos a serem utilizados. Mapeados os equipamentos, calcula-se a potência total (demandada). Lembrando que todo sistema de gás deve ser instalado em espaço ventilado ou ser prevista ventilação artificial.
Definida a demanda de consumo de gás combustível, parte-se para o dimensionamento da rede de tubulações, além da determinação da pressão de fornecimento e da pressão de utilização dentro do empreendimento.
Nessa etapa, outras questões são definidas, como o ponto de conexão com a rede externa (no caso de GN) ou local para instalação da central de gás (no caso de GLP), o local para acomodação de reguladores de pressão e medidores de vazão e se o sistema de medição será coletivo ou individualizado.
Definido todos os pontos citados acima, é elaborada a planta contendo a representação da rede de dutos com as dimensões calculadas. Além disso, o isométrico é uma segunda representação utilizada, o qual indica, de forma clara e objetiva, todo o resumo da instalação.